Da Penitência: § 8º. Da absolvição

Este texto é composto de perguntas e respostas sobre a doutrina do Sacramento da Penitência (ou Confissão), extraídas do Catecismo Maior de São Pio X. Neste artigo, São Pio X fala sobre a absolvição dos pecados. Confira!

768. Devem os confessores dar sempre a absolvição àqueles que se confessam?

Os confessores devem dar a absolvição somente àqueles que eles julguem bem dispostos a recebê-la.

769. Podem os confessores diferir ou negar alguma vez a absolvição?

Os confessores não só podem mas devem diferir ou negar a absolvição em certos casos, para não profanar o Sacramento.

770. Quais são os penitentes que se devem considerar mal dispostos e a quem se deve ordinariamente diferir ou negar a absolvição?

Os penitentes que se devem considerar mal dispostos são principalmente: 1º. aqueles que não sabem os mistérios principais da Fé, ou não se importam com aprender os pontos da Doutrina Cristã que são obrigados a saber conforme o seu estado; 2º. aqueles que são gravemente negligentes em fazer o exame de consciência ou não dão sinais de dor e arrependimento; 3º. aqueles que não querem restituir, podendo-o, as coisas alheias ou a reputação roubada; 4º. aqueles que não perdoam de coração aos seus inimigos; 5º. aqueles que não querem empregar os meios para se corrigir dos seus maus hábitos; 6º. aqueles que não querem fugir das ocasiões próximas de pecado.

771. Não há excessivo rigor da parte do confessor em diferir a absolvição ao penitente que ele não julga ainda bem disposto?

Não. Não há excesso de rigor no confessor que difere a absolvição de tal penitente, porque não o julga ainda bem disposto; há antes caridade, pois procede como um bom médico, que tenta todos os remédios, ainda os desagradáveis e penosos, para salvar a vida ao doente.

772. Deverá desesperar ou afastar-se inteiramente da confissão o pecador a quem se difere ou se nega a absolvição?

O pecador a quem se difere ou se nega a absolvição não deve desesperar ou afastar-se inteiramente da confissão; mas deve humilhar-se, reconhecer o seu estado deplorável, aproveitar os bons conselhos que o confessor lhe dá, e assim pôr-se quanto antes em estado de merecer a absolvição.

773. Que deve fazer o penitente quanto à escolha do confessor?

O verdadeiro penitente deve encomendar-se muito a Deus para escolher um confessor piedoso, douto e prudente, e deve depois entregar-se às suas mãos, e submeter-se a ele como a seu juiz e médico.


São Pio X. Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã: Catecismo Maior de São Pio X. Edições Santo Tomás, 2005, p. 186-187.