Reaproveitando e transformando: da calça ao tapete!

Quando adentramos na caminhada da modéstia cristã no vestir, a primeira coisa que fazemos é olhar dentro do nosso guarda-roupa procurando separar as roupas utilizáveis (modestas)[1], as adaptáveis (que contêm alguma parte modesta)[2] e as não utilizáveis (imodestas)[3], afinal, comprar roupas novas modestas, todas de uma só vez, é impraticável à grande maioria de nós. Separar as roupas modestas das não modestas é uma tática que nos ajuda muito, pois nos possibilita, de modo gradual, adentrar no caminho da modéstia no vestir sem comprometermos nosso orçamento familiar.

Pois bem, fazendo a separação das roupas nas três categorias acima citadas conseguimos ter uma noção real de quantas e quais peças de roupa serão mantidas e quantas e quais serão descartadas. As utilizáveis e adaptáveis ficam no armário, mas as não utilizáveis, ou seja, as imodestas, não há condição alguma de serem mantidas, pois elas não são dignas de uso, especialmente por uma mulher que se diz cristã. Um bom exemplo de peças imodestas são as calças, especialmente as jeans, cujos modelos atuais são tão colados ao corpo quanto um band-aid (calças skinny, por exemplo, e também as leggings, entre outras…). Há quem procure uma desculpa “escapatória”, justificando que as calças sociais “seriam” modestas por serem mais “folgadas”. Será mesmo? Uma calça que, de uma forma ou de outra, delineia e/ou expõe as partes pudendas do corpo feminino pode ser considerada modesta? Responda sinceramente a esta questão. Do mesmo modo que as outras calças, as calças sociais delineiam as partes íntimas femininas, o contorno das nádegas e, além de tudo, estampam a marca da calcinha através do tecido. Duvida? Olhe-se no espelho. Até mesmo as calças sociais de cor escura fazem isso, as de cor clara, então, nem se fala; mas, pelo jeito, só quem as usa não quer ver, ou se vê, não se importa, o que é pior! pois o espelho mostra, e como mostra! A modéstia no vestir é uma norma de caridade, e esta norma deveria ser observada pelas Filhas de Maria, por amor à Virgem Puríssima.

Já que as roupas imodestas não são dignas de uso, nós não podemos doá-las, pois se algo é imprestável para mim por que o seria para o outro? ainda mais em se tratando de uma peça de roupa que pode, facilmente, fazer com que quem a use seja ocasião de pecado para outra pessoa? Neste caso, você tem duas opções: ou queimar e jogar fora a tal peça de roupa ou então reaproveitá-la. Eu prefiro a segunda opção. As peças indecentes podem ter boa utilidade dentro de casa se transformadas em algo verdadeiramente útil, como um tapete, por exemplo. Quer aprender a fazer um com aquela sua ex-calça jeans? Siga o tutorial!

Reaproveitando e transformando: da calça ao tapete!

Eu tinha uma calça jeans no comprimento pescador, guardada há anos, esperando o dia de ser transformada. Quinta-feira resolvi fazer algo útil com ela: um tapete para usar na cozinha, pois faz tempo que estou precisando de um; sempre quando lavo louça derrubo água no chão, aí piso em cima e vira uma lameira só, e meu piso é branco, então já viu, sujeira pra tudo quanto é lado, fico quase doida hehe… Um tapete ali vai me facilitar a vida, além de dar um toque pessoal na minha cozinha!☺

Abaixo está a foto da minha ex-calça. Pensar que já usei isto me dá profundo desgosto, porém, o passado não volta para o consertarmos. Fico feliz de, ao menos, ter acordado a tempo de compreender que usar uma peça dessas ofende demasiadamente a Deus. Nossa Senhora veio nos pedir a modéstia no vestir, e avisou em Fátima que haveriam de vir muitas modas que ofenderiam demasiadamente Nosso Senhor. Como boas filhas de nossa Mãe do Céu, deveríamos ouvir seu pedido e atendê-La.

Calça estilo pescador bordada. Antes de cortar.

Para transformar essa calça em tapete, eu desmanchei-a inteira utilizando um desmanchador de costura, abrindo todas as costuras de ponta a ponta. Só não mexi no cós; este eu cortei e joguei fora.

Essa calça me rendeu dois tapetes! Hoje eu vou mostrar o primeiro, feito com a parte de trás. Semana que vem posto o tapete feito com a parte da frente.

Alfinetando e costurando…

Primeiramente, você deve passar a ferro muito bem todas as partes que foram desmanchadas antes de montar o “tapete”. Como a calça fica costurada por muito tempo, todas as costuras ficam vincadas, então é necessário utilizar o ferro bem quente, a vapor, para, pelo menos, desamassar um pouco os vincos e as dobras das ex-costuras.

Em segundo lugar, você deve sobrepor as partes da calça que vão formar o tapete e alfinetá-las muito bem para que nada saia do lugar ou fique torto durante a costura. Como a calça utilizada era modelada, possuindo, assim, um pequeno abaulamento na região do quadril, eu precisei medir as laterais (cós com cós, barra com barra) para que a largura do tapete ficasse igual em ambos os extremos. Só então alfinetei o centro de ponta-a-ponta.

As partes de trás sobrepostas e alfinetadas com a largura desejada, com os bolsos desmontados.

Note que ficaram uns espaços perto na barra, entre as junções, mas, como nada se perde na costura também, eu utilizei os bolsos para cobrir esses “buracos”.

Bolsos utilizados para cobrir os buracos das emendas. Nada se perde!

Depois eu escolhi uma cor de linha (prateada) e um dos pontos de bordado da minha máquina (caso você não tenha uma máquina de costura que faça pontos de bordado, você pode utilizar um ponto simples mesmo), e costurei sobre a parte alfinetada, unindo as peças, e também sobre as laterais da calça, utilizando como linha-guia o vinco das junções da ex-costura. Como a parte do tecido que estava por dentro das costuras não era desbotado, ele proporcionou um contraste bem legal com a linha prateada do bordado.

Bordei com ponto estrela, à máquina, sobre a sobra da costura que tinha cor, para criar contraste com o bordado.
Detalhe do bordado no “ex” gancho.
Detalhe do bordado na lateral. 

Depois de unir os pedaços da calça, é necessário cortar o excesso que sobrou atrás, no avesso. Isto evita que o tapete fique pesado e desengonçado ou empapuçado. Para não correr o risco de cortar acidentalmente o tecido do tapete, eu utilizei meus próprios dedos como anteparo ao cortar as sobras do tecido do avesso, colocando-os por baixo da tesoura, separando o tecido da sobra do tecido real do tapete.

Tirando a sobra do tecido no avesso…
Sobra cortada.

Em sequência, costurei os bolsos, alfinetando no lugar certo com vários alfinetes, pois como o tecido tem stretch, ele estica durante a costura se não está bem fixado. Um dos bolsos tive que desmanchar por causa disso, pois esticou tanto que um dos lados ultrapassou pra fora da barra… (detesto retrabalho, mas quem me mandou não alfinetar bem!!? rsrs)… Depois, terminei de fazer o acabamento, bordando todo o contorno lateral com o mesmo tipo de bordado. Ah, outro detalhe, eu não fiz barra nem chuleei o tecido, deixei o jeans desfiado mesmo.

E tchan-tchan-tchan-tchãaannnn, eis o tapete, totalmente estilizado!!…

Tapete pronto e estilizado!

Este tapete pode não ter ficado a coisa mais linda do muito, mas com certeza vai ser de grande utilidade na minha cozinha, ou em qualquer outro lugar da minha casa!

Espero que essa sugestão de reforma e reaproveitamento de roupa imodesta tenha sido útil. Semana que vem mostro o outro tapetinho, pois ainda tenho que costurá-lo!

“Vesti com modéstia e muito pudor, olhai como veste a Mãe do Senhor”.

Salve Maria Santíssima!


[1] São consideradas roupas modestas: saias longas, pela canela ou com pelo menos um palmo abaixo do joelho (mais ou menos 20cm, conforme a recomendação de São Pio de Pietrelcina); blusas sem decotes; blusas com mangas longas, mangas ¾, no cotovelo, ou no mínimo na metade do braço; e roupas semelhantes, como vestidos longos, com mangas e sem decotes. Devemos lembrar que nenhuma dessas peças devem ser coladas ao corpo ou feitas de material transparente.

[2] São consideradas roupas adaptáveis aquelas que contêm alguma parte modesta, tais como: vestidos longos, porém sem mangas e/ou com decotes. Por deixarem os braços, ombros e colo de fora, vestidos assim não devem ser usados sozinhos, sem outra peça de roupa como combinação. Neste caso, para remediar a parte imodesta, poderia ser usada uma blusa com mangas e sem decotes por baixo, ou alguma outra peça de roupa com mangas e sem decotes, tais como: camisete, cardigã, casaqueto, ou outros tipos de blusas/casacos fechados, que podem ser usados por cima do vestido.

[3] São consideradas roupas imodestas: calças jeans, leggings, e peças do gênero; blusas de alças, blusas sem mangas e blusas decotadas; minissaias, saias curtas, entre outras roupas que expõem ou delineiam as partes pudendas e desonestas do corpo feminino.

16 comments

  1. hehehe…nunca pensei que calça pudesse ser transformada em tapete! Sempre pensei em saias, bolsas, mas tapetes? Never. rsrs
    Taí uma ideia para a mulherada que quer se livrar das calças jeans, né? Para quem sabe costurar…

    Beijos!

    1. rs… Eu tinha pensado, a princípio, em fazer aqueles saquinhos de areia para segurar a porta, mas como trabalhar com areia em apartamento não é uma boa ideia, preferi fazer o tapete kkkk…

      Ah, sim, pra quem sabe costurar é uma boa ideia 🙂

      Beijos!

  2. Parabéns pela criatividade, Melissa!
    Que Nossa Senhora continue te auxiliando em seu apostolado!
    Salve Maria!

  3. Bah, nunca tinha parado para pensar. Eu tenho bastante calças. Algumas a minha mãe deu, outras eu não fiz isso, pelo mesmo propósito, se não é bom para mim não é bom para ninguém. O meu processo de “transformação” foi gradual, comecei usando blusas compridas e só depois tirei a calça totalmente do meu vestuário, mas é difícil porque eu tenho moto e dai é complicado andar de moto de saia (você tem alguma dica?). Em, outra coisa, tenho uma amiga que não é católica, e a possibilidade dela usar saia e quase nula, seria de certa forma “errado” doar as blusas compridas que eu tenho para ela? Pois, pensando um pouco na modestia ao vestir, é melhor que ela use uma blusa comportada do que nada, não acha? Fiquei em dúvida sobre essa questão. Enfim, muito boa idéia, vou tentar fazer algo. E o véu, conseguiu ver? Obrigada, Salve Maria.
    Jaque

    1. Oi, Jaqueline!

      Hmm… Olha, sobre a questão da moto, eu não tenho nenhuma dica. Seria bom se você tivesse um bom diretor espiritual para lhe aconselhar neste ponto.

      Se suas blusas são modestas, eu não vejo problemas em doá-las a essa sua amiga. Quem sabe um dia Deus dá para ela a graça da conversão e de entender a importância da modéstia no vestir? 🙂

      Eu estava programando ver os preços da renda no fim de semana, mas tive compromisso o sábado inteiro e acabei não tendo tempo de ir. Porém, esta semana, sem falta, vou ver pra você e lhe escrevo. Quero ver se amanhã mesmo faço isso.

      Fica com Deus! Salve Maria!!

    2. Então, eu conversei uma vez com Dom Tomás, do Mosteiro da Santa Cruz (conhece?) e ele tinha me aconselhado a mudar de moto ou vender, bem categórico. Só que é inviável para mim por hora.

      Rezo pela conversão das minhas amigas sempre e uma hora elas vão ver a importância da modéstia e do pudor. É muito ruim ver que as pessoas ao seu lado estão no erro e não desejam mudar, dá um sentimento de tristeza muito forte. Eu sinto isso em relação aos meus amigos e familiares. Em, outra coisa, você tem filho/a?

      Você consegue visitar o meu blog agora?

      Ah, obrigada pela dedicação, quando puder é só me avisar, estou com o dinheiro separado hihihi! 😀

      Salve Maria
      Jaque

    3. Eu não conheço o D. Tomás pessoalmente, só ouvi um sermão pela net e li um texto dele, mas já me falaram muito bem dele, dizem que ele é bem santinho. Eu concordo com o que ele disse sobre a moto. Espero que você consiga resolver essa situação em breve.

      Nós sempre devemos rezar pela conversão de nossos parentes, familiares e até mesmo de nossos amigos. Realmente, é triste ver alguém que você ama permanecer no erro. Mas Deus tudo pode mudar, temos que confiar na misericórdia dEle.

      Eu perdi um bebê ano passado; foi um período muito triste pra mim. Estou rezando muito para que Deus me dê a graça de ter outro bebê…

      Agora seu blog está abrindo normalmente!

      Ok! 😀

      Fica com Deus! Salve Maria!

    4. Ele é um pessoa agradabilíssima, sine qua non! Também espero resolver este problema.

      Que triste Melissa, sinto por você. Sou mãe também, e imagino como deve ser essa dor. Mas, vou orar para que Deus te abençoe novamente. Eu oro para Deus me abençoar com mais filhos.

      Fica com Deus também.

      Salve Maria

    5. A dor é horrível, passei maus bocados, senti-me esfacelada por dentro, só quem passa por isso para saber mesmo. Obrigada, Jaqueline, reze sim por mim. Salve Maria!

    1. Oi, Gislaide! Salve Maria!

      Obrigada! 😀

      Nossa, amei o jogo americano!! Que original!! Eu tenho ainda uma saia jeans que dá pra transformar em algo, talvez dê para fazer algo semelhante. Vamos ver se eu consigo!! 😀

      Fica com Deus!

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