Valor da Paixão

O valor da Paixão de Cristo tem quatro pontos: a satisfação cabal, o sacrifício agradável a Deus, o resgate inigualável e o exemplo de virtudes. Leia o texto e veja o que o Catecismo Romano ensina sobre isto.

Cena do Filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson. Foto: Reprodução.
Cena do Filme “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson. Foto: Reprodução.

1. Satisfação cabal

Em primeiro lugar, porque Sua Morte é uma satisfação cabal, e em todos os sentidos perfeita, que Jesus Cristo rendeu a Deus Pai pelos nossos pecados, de uma maneira toda particular. O resgate que pagou em nosso lugar, não só igualava com a nossa dívida, mas era-lhe até muito superior (Rm 5, 19-21*).

2. Sacrifício agradável a Deus

Em segundo lugar, por ter sido infinitamente agradável a Deus o sacrifício que o Filho Lhe ofereceu no altar da Cruz, e pelo qual abrandou inteiramente a cólera e indignação do Pai. Esta é a convicção do Apóstolo, quando nos afirma: “Cristo amou-nos, e por nosso amor Se entregou a Si mesmo, como Vítima de suave odor para Deus” (Ef 5, 2).

3. Resgate inigualável

Em terceiro lugar, por ter sido o preço de nossa Redenção, conforme as palavras do Príncipe dos Apóstolos: “Fostes resgatados de vossa vida frívola, que herdastes de vossos pais, não a preço de coisas perecíveis, como o são ouro e prata; mas, pelo precioso Sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito” (1 Pd 1, 18). E o Apóstolo ensina [por sua vez]: “Cristo nos livrou da maldição da Lei, tornando-Se Ele mesmo maldição por nossa culpa” (Gl 3, 13).

4. Exemplo de virtudes

A par destes imensos benefícios, recebemos ainda outro que de todos é talvez o maior. Naquele padecimento se descobrem os mais brilhantes exemplos de todas as virtudes: paciência, humildade, exímia caridade, mansidão, obediência; máxima constância, não só para sofrer dores, mas até para arrostar a própria morte, por amor da justiça. Disso nos faz [Cristo] tal demonstração, que na verdade podemos dizer: Num só dia de sofrimento, Nosso Salvador encarnou em Si mesmo todas as normas de virtude, que de boca nos havia ensinado, durante todo o tempo de Sua pregação.

* “Ó feliz culpa que [nos] mereceu tal e tão grande Redentor! (Precônio Pascal no Sábado Santo)


Catecismo Romano. I Parte: Do Símbolo dos Apóstolos: Capítulo Quinto: Quarto Artigo, Parágrafo 15.