A Paixão de Cristo produz cinco frutos: livra-nos do pecado, livra-nos do demônio, satisfaz pelas penas do pecado, reconcilia-nos com Deus e abre-nos o Céu. Veja o que o Catecismo Romano ensina sobre isto.
1. Livra-nos do pecado
Em primeiro lugar, a Paixão do Senhor livrou-nos do pecado, conforme o declara São João: “Amou-nos, e no Seu Sangue nos lavou de nossos pecados” (Ap 1, 5). E o Apóstolo diz também “[Deus] vos fez reviver com Ele, perdoou-vos todos os pecados, cancelando e pregando na cruz o título de condenação, que contra nós fora lavrado” (Cl 2, 13-14).
2. Livra-nos do demônio
Em segundo lugar, livrou-nos da tirania do demônio. O Senhor mesmo disse: “Eis chegado o julgamento do mundo. O príncipe deste mundo será expulso agora. E Eu atrairei tudo o a mim, quando for elevado da terra” (Jo 12, 31-32).
3. Satisfaz pelas penas do pecado
Em terceiro lugar, satisfez a pena devida pelos nossos pecados (Rm 5, 10; 2 Cor 5, 19).
4. Reconcilia-nos com Deus
Em quarto lugar, como não se podia oferecer outro sacrifício mais agradável e mais bem aceito aos olhos de Deus, reconciliou-nos com o Pai, a quem aplacou e tornou propício para conosco.
5. Abre-nos o céu
Finalmente, destruindo o pecado, franqueou-nos a entrada para o céu, à qual punha embargo a culpa comum do gênero humano. É o que o Apóstolo nos dá a entender com as palavras: “Em virtude do Sangue de Cristo, temos a confiança de entrar no Santo dos Santos” (Hb 10,19).
Na Antiga Aliança, não faltava um afigura deste mistério. Assim, por exemplo, aqueles proscritos, aos quais era defeso repatriar-se antes da morte do sumo-sacerdote (Nm 30, 25; Js 20, 6), eram uma figura dos justos que, apesar de sua justiça e santidade, não podiam transpor o limiar da Pátria Celestial, antes da Morte de Jesus Cristo, o Sumo e Eterno Sacerdote (Hb 9, 11ss). Logo que Cristo a sofreu, as portas do céu de pronto se abriram a todos os que, purificados pelos Sacramentos, possuídos de fé, esperança e caridade, se tornaram participantes de Sua Paixão.
Catecismo Romano. I Parte: Do Símbolo dos Apóstolos: Capítulo Quinto: Quarto Artigo, Parágrafo 14.