Uma mulher, que entra na Igreja com um traje espaventoso, atrai todos os olhares, e queira DEUS não atraia também os corações, arrebatando ao SENHOR as devidas adorações. Não é preciso excitar estas pessoas a assistir todos os dias à Santa Missa; já são demais levadas a frequentar as Igrejas. O importante será fazer-lhes compreender com que modéstia e respeito devem portar-se na casa de DEUS, especialmente quando se celebra a Santa Missa. Tanto mais me edificam senhoras da nobreza e princesas que só aparecem ante os altares vestidas simplesmente, sem luxo nem elegância refinadas, quanto me escandalizam certas pretensiosas que, com seus penteados ridículos e ares de atrizes, assumem poses de deusas no lugar santo.
A bem-aventurada Ivete teve, certo dia, uma visão, que devia inspirar a essas pessoas o temor respeitoso devido à Santa Missa.
Ao assistir à Santa Missa viu essa nobre flamenga um espetáculo terrível. Perto dela estava uma dama distinta, cujo olhar se fixava aparentemente no altar; mas não era para seguir o Santo Sacrifício, nem para adorar o Santíssimo Sacramento que ia receber, e, sim, para satisfazer uma paixão impura. Em volta dela estavam um grande número de demônios que dançavam e se expandiam em demonstrações de regozijo. Quando ela se levantou para se dirigir à mesa sagrada, uns lhe seguraram a cauda do vestido, outro lhe ofereceu o braço enquanto outros lhe faziam cortejo e serviam-lhe como a sua senhora. No momento em que o sacerdote descia do altar com a Santa Hóstia na mão a fim de dar a comunhão àquela infeliz, pareceu a Ivete que o Salvador abandonava as santas espécies e volvia ao Céu, repugnando-Lhe entrar num coração assim rodeado de espírito das trevas.
Aterrorizada por semelhante cena, a bem-aventurada Ivete dirigia humildes preces a Nosso Senhor. E Ele revelou-lhe a causa, fazendo-lhe ver que aquela mulher alimentava uma paixão desordenada por uma pessoa que se achava próxima do altar, e que durante toda a Santa Missa, ao invés de se ocupar dos Santos Mistérios, contemplava-a com olhares impuros, desejando antes agradar-lhe que agradar a DEUS. Por isso rodeavam-na os demônios e faziam-lhe cortejo.
Dir-me-eis que não sois do número dessas infelizes criaturas, e eu o creio de boa vontade. Se, entretanto, ides à Igreja com certos trajes escandalosos, mereceis todas as censuras.
Transformais o templo sagrado em covil de ladrões, pois roubais a DEUS a honra, pelas distrações que provocais ao sacerdote, aos ministros, a todo o povo.
Por favor, considerai e tomai a resolução de imitar Santa Isabel da Hungria. Para assistir à Santa Missa, ela se dirigia com grande pompa à Igreja. Mas, para assistir ao Santo Sacrifício retirava da cabeça a coroa, os anéis dos dedos, depunha seus ornamentos e cobria-se com um véu, ficando em atitude tão modesta que nunca foi vista desviar sequer os olhos. Tudo isso agradou de tal modo a DEUS, que Ele quis manifestá-lo a todos: durante a Santa Missa a Santa aparecia envolta de tal claridade que se velavam de deslumbramento os olhos dos assistentes; parecia-lhes contemplar um anjo do Paraíso. Imitai exemplo tão ilustre, certos de que agradareis a DEUS e aos homens, e que a Santa Missa será para vós de imenso proveito para esta vida e para a outra.
SÃO LEONARDO DE PORTO-MAURÍCIO. As Excelências da Santa Missa. Conforme a edição romana de 1737 dedicada a S. S. o Papa Clemente XII, p. 66-67.
Salve Maria, Melissa,
Só um detalhe: é SÃO Leonardo de Porto Maurício.
Abraço,
Marcos
Obrigada, Marcos! Já arrumei!!
Fica com Deus! Salve Maria!!