Um pouco sobre o Rosário, na Festa de Nossa Senhora do Rosário!

Neste post eu falo um pouco sobre a história do Rosário e também faço pequenas reflexões sobre esta belíssima oração neste dia da Festa de Nossa Senhora do Rosário! Acompanhe!

“Rezai todos os dias, com devoção, pelo menos um terço do Rosário; e estareis oferecendo uma coroa de rosas a Jesus e Maria”. (São Luís Maria Grignion de Montfort)

Hoje, 07 de Outubro, a Igreja Católica comemora a Festa de Nossa Senhora do Rosário. Esta festa foi instituída pelo Papa Pio V, sob o título de Nossa Senhora das Vitórias, em ação de graças pela vitória na Batalha de Lepanto em 1571, obtida por meio da oração do santo Rosário.

O Rosário é uma oração poderosa contra os exércitos malignos, contra os inimigos da alma, contra o demônio. Se os cristãos rezassem o Rosário com afinco, muitas das maldades, catástrofes e desgraças do mundo seriam evitadas, especialmente as guerras, e, conforme Nossa Senhora disse em Fátima, por meio da oração do Rosário o mundo poderia ser convertido. Se por meio dessa simples oração é possível se obter a conversão do mundo, então é possível dizer, sem sombra de dúvidas, que todas as nossas dificuldades podem ser resolvidas pelo Rosário, até mesmo as questões sociais.

A própria questão social é resolvida pelo Rosário, como Leão XIII prova eloquentemente [Na encíclica de 1893 sobre o Rosário]. Por que as nações tremeram, por que esses abalos que perturbam a paz das sociedades? Para isso há três causas, diz o Sumo Pontífice. A primeira é a aversão pela vida humilde e laboriosa, e o remédio para esse mal se encontra nos Mistérios gozosos; a segunda é o horror por tudo o que faz sofrer, e o remédio para esse mal se encontra nos Mistérios dolorosos; a terceira é o esquecimento dos bens futuros, objeto de nossa esperança, e o remédio para esse mal se encontra nos Mistérios gloriosos. Sim, ainda uma vez, o Rosário é a questão social resolvida por esse grito triunfante: Christus vincit, Christus regnat, Christus imperat!.[1]

Nestes tempos atuais em que vemos tanta imoralidade, tanta devassidão, tanta recusa a Deus, a devoção ao santo Rosário torna-se imprescindível a todo e qualquer cristão católico. E para rezá-lo não é necessário ser douto; não importa se quem o for rezar sabe muito ou pouco, é culto ou ignorante. O Rosário pode e deve ser rezado por todos, não importa a idade, a condição social nem o nível de intelecto.

Vemos, com isso, qual é a maravilhosa flexibilidade do Rosário: ele se adapta a todos os temas, a todos os tempos, a todas as pessoas. Por sua parte material e o lado exterior de seus mistérios, ele está ao alcance de todas as inteligências, ele se torna o Saltério dos ignorantes; por sua profundidade divina, ele é a Suma inesgotável do teólogo. Ele é, pois, a grande síntese do Cristianismo; tudo está compreendido entre o começo e o fim do Rosário, da mesma forma que todos os tempos estão compreendidos entre as duas margens da eternidade.[2]

Nossa Senhora disse ao Beato Alano de la Roche  que “depois do Santo Sacrifício da Missa, não há devoção mais excelente e mais meritória do que o Rosário, que é como que um segundo memorial e representação da vida e da paixão de Jesus Cristo”. Através dessa oração, o devoto pode obter muitas graças, pois o Rosário é um manancial e depósito de toda a espécie de bens.

Tem gente que acha que o Rosário é uma oração repetitiva, porém, não pode se considerar verdadeiro católico aquele que não reza o Rosário.

Os Sacramentos são os símbolos exteriores que distinguem os cristãos dos infiéis; o Rosário é a devoção distintiva dos verdadeiros católicos. Os Sacramentos são os laços suaves e fortes que unem os filhos do Cristo; pela participação nos mesmos Sacramentos os fiéis mostram que comungam da mesma fé, da mesma esperança, do mesmo amor; por meio do Rosário, os cavaleiros de Maria se unem de todos os pontos da terra e confundem suas vozes no mesmo amor e na mesma esperança. O Rosário é como o estandarte que Deus levanta sobre as nações para reuni-las dos quatro cantos do universo. Elevabit signum in nationibus… et… colliget a quatuor plagis terrae (Is 11, 12).[3]

Vamos, neste dia de grande solenidade, rezar o Rosário em família. Vamos pedir a Nossa Senhora que proteja-nos das ciladas dos inimigos infernais e que também proteja a nossa nação contra as leis perversas e os governantes iníquos.

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!


[1] HUGON, R. P. Édouard. O Rosário e a Santidade. Brasília: Pinus, 2012, p.15

[2] Ibidem, p.16.

[3] Ibidem, p.13.

6 comments

  1. “Bendito Rosário da Virgem Maria
    Caminho seguro que à glória nos guia!”

    Ontem ouvi um padre dizer que os mistérios luminosos vieram “completar” o rosário. Então Nossa Senhota teria dado o rosário a São Domingos de maneira incompleta? Se fosse da vontade dEla a contemplação desses mistérios no santo rosário, Ela não teria revelado a São Domingos?

    Salve Maria!

    1. Olá, Laura, Salve Maria!

      Não é correto dizer que os mistérios Luminosos vieram para “completar” o Rosário. Desde o estabelecimento do Rosário por São Domingos ele foi chamado “o Saltério de Jesus e da Virgem”, porque contém 150 Ave Marias, que é o mesmo número dos Salmos de Davi. Nossa Senhora disse ao Beato de la Roche que “depois do Santo Sacrifício da Missa, não há devoção mais excelente e mais meritória do que o Rosário, que é como que um segundo memorial e representação da vida e da paixão de Jesus Cristo. Portanto, as palavras da própria Virgem provam que a oração do Rosário com os mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos já está completa e não necessita de nenhum mistério a mais.

      Eu estou lendo um livro maravilhoso, chamado “O Rosário e a Santidade”. Ele foi editado neste ano de 2012 pela livraria Pinus, porém o imprimatur data de 1900. Nele, o autor, Pe. Hugon, diz que o Rosário é o resumo do cristianismo. Ele também faz um paralelo muito interessante entre os Sacramentos e Rosário, dizendo que os Sacramentos foram uma invenção de Jesus, e o Rosário, invenção de Maria. Se o Rosário é invenção de Maria, não pode ter sido feito incompleto. Portanto, nem se incomode com isso que esse sacerdote disse, provavelmente ele não compreende a grandeza dessa oração. Fique tranquila, pois o Rosário, composto dos três mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos, é, por excelência, completo, pois nos foi dado pelas mãos da própria Virgem Maria.

      Espero ter respondido sua pergunta!
      Fica com Deus!

  2. Concordo com vc, Melissa.
    Infelizmente a situação aqui é esta: os padres são todos adeptos não só a esse novo mistério mas também a tantas outras mudanças que nada mais são do que o modernismo na prática. É a crise de Fé!
    E ainda sobre os mistérios… Nossa Senhora de Fátima veio pedir para rezar o TERÇO e não o QUARTO, não é verdade?!!! rs
    Salve Maria! Fique com Deus tbm!

    1. Oi, Laura!

      Pois é… a situação em que nos encontramos é triste.. E pensar que São Pio X, já em 1907, tinha alertado sobre o modernismo através da sua Encíclica Pascendi Dominici Gregis!!…

      Há uma resposta muito boa elaborada pelo Pe. Laguerie, do Instituto Bom Pastor, acerca desses “novos mistérios ‘Luminosos’”, que pode ser lida neste site. O autor da postagem enriqueceu a resposta do Pe. Laguerie com comentários muito pertinentes. Vale a pena ler!

      É interessante saber que a forma como o Rosário é rezado hoje foi fixada no século XVI. Porém, há uma informação importante que pouca gente sabe: a partir do ano de 1726, Bento XIII proibiu qualquer mudança nessa forma de recitação. Se qualquer mudança foi proibida, por que não obedeceram?? Essa é uma pergunta que não quer calar…

      Hehe… é verdade, Nossa Senhora pediu o Terço. O “Quarto” simplesmente não existe!…

      Fica com Deus!!

  3. Eu tinha certeza que li sobre essa proibiçâo em algum livro mas não conseguia me recordar em qual e não lembrava qual era o Papa. Sem saber vc me ajudou! hehe

    Obrigada pelas indicações de leitura!

    Até mais!
    Salve Maria, Rainha do Santo Rosário!

    1. Essa proibição está contida no livro “Glórias de Maria”, de Santo Afonso de Ligório, no item que ele fala sobre “O Rosário e o Ofício”, no capítulo das “Práticas de devoção em honra de Maria Santíssima”. Na edição que eu tenho, de 2005, essa explicação está na página 449.

      De nada!

      Até!
      Salve Maria Santíssima!!

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